Parte 2
Quem ainda não conhece Ouro Preto deve conhecer. Aliás, os municípios que englobam a Estrada Real são todos interessantes. Belos lugares, histórias e paisagens.
Seguem excelentes opções (de muitas) para quem estiver passando por lá.
*** Lanchonete Jeca Tatu ***
Ao sair da BR 040 em direção a Ouro Preto, essa lanchonete está a uns 15 Km para quem segue para Ouro Preto. Lotada de vinis de uma infinidade de bandas de diversas épocas, além de dois ônibus americanos escolares que viraram biblioteca e um monte de fotos, artigos de jornal e peças antigas. O pão de queijo com café preto no ambiente já valem a pena.
*** Museu da Inconfidência ***
Transformado em museu durante o governo de Getulio Vargas, o prédio é de 1780 e abrigou a administração da coroa e presos políticos e até foi penitenciária estadual. Em estilo neoclássico e muito bem preservado, o museu guarda obras de Manoel da Costa Ataide, Aleijadinho, móveis e vestimentas da época e documentos da coroa, inclusive a sentença dada a Tiradentes que é uma coisa sombria...
Em uma das salas do museu está a o Panteão dos Inconfidentes, onde estão sepultados os 16 inconfidentes que combateram a injustiça, a ignorância, os preconceitos e os erros e que por isso foram degredados para a África. Seus corpos foram exumados e trazidos de volta para o Brasil na década de 30.
Para minha surpresa encontrei o túmulo de meu octavô, Capitão José de Resende Costa, degredado para Bissau, que morreu em 1798.
*** Casa dos Contos ***
Construída em 1784, a casa dos contos foi, dentre muitas coisas, Casa da moeda e de fundição, prisão de inconfidentes e sede da administração pública da capitania de Misa Gerais. Restaurado com muito esmero, abriga o museu da casa da moeda e no subsolo um museu sobre senzalas.
*** Praça Tiradentes ***
A praça Tiradentes é o ponto central de Ouro Preto. Aí foi exposta a cabeça de José Joaquim da Silva Xavier. O centro da praça há um monumento ao mártir, que curiosamente está de costas para o palácio do governo. Lojas, cafés, museus circundam a praça.
*** A casa de Marília de Dirceu***
Esta casa pertenceu à Maria Joaquina Dorotéia Brandão, a Marília de Direcu, importalizada na obra de Tomás Antônio Gonzaga.
*** Mina de Ouro ***
Dados oficiais relatam mais de 800 toneladas produzidas em Ouro Preto no século XVIII, isso fora o contrabando.
Ouro Preto é um queijo suíço por baixo. A 50 metros da casa da Marília de Dirceu, por exemplo, encontrei essa mina de quase 400 anos, escavada manualmente por escravos que eram trazidos da Costa do Marfim (mais baixos e mais fortes), começavam o trabalho com 6 anos, eram castrados aos 13 para não crescerem muito e morriam, em média, aos 20 anos, surdos e com silicose. Também um lugar sombrio de Ouro Preto...
A mina chega a uns 350 metros por baixo da cidade e dentro dela dá para ver os veios de quartzo (onde o ouro sedimentava), que funcionava como guia para as escavações.
Além de toda história acumulada nas ruas e paredes de Ouro Preto, é um bom lugar para se tomar um café, comer um pão de queijo, um doce ou mesmo uma pinga com mel.
Recomendo!
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